“Precisamos de mais roteiristas e diretores negros”, diz Sol Menezzes, atriz da série ‘Irmandade’ do Netflix
17/11/2019 00:41 em Entretenimento

Sol Menezzes, irmã caçula da atriz Sheron Menezzes, interpreta a personagem Juliana na série brasileira do Netflix, Irmandade. Protagonizada pelos atores Seu Jorge e Naruna Costa, a historia aborda o tema das facções dentro dos presídios. Para Sol, é importante refletir sobre essa realidade onde a população carcerária no país é maioria negra. 
“Essa série além de falar sobre a podridão do sistema carcerário no Brasil, eu tenho a chance de interpretar uma mulher forte, inteligente e batalhadora que se coloca em segundo plano para carregar a família nas costas”, destaca Sol.

A atriz reforça também a importância de maior inclusão de atores negros e negras no audiovisual, tema importante já que estamos no mês da Consciência Negra.

“Enquanto as histórias forem escritas por pessoas não negras, sempre estaremos em lugares estereotipados. A gente quer se ver sem ser em uma história triste, sem violência, sem prostituição, sem hipersexualização. A gente quer se ver tendo felicidade no amor, no trabalho, na vida financeira. Nós temos histórias tristes sim, mas é importante sermos representados como pessoas pretas que também riem, se divertem e são felizes. Por isso precisamos de mais roteiristas e diretores negros para mudar essa realidade”, pontua a atriz.

Antenada nas artes de uma maneira geral, a artista fala sobre o Workshop “Mapeando Sensações”, do qual é professora e tem início nesta segunda-feira (11/11) em São Paulo.

“O workshop é voltado para atores e estudantes de arte cênica. É um projeto que dura um mês e tem oito aulas. Comecei a estudar com oito anos e minha ideia era montar um método de tudo que eu absorvi para ajudar outros atores. Desde que eu comecei a dar algumas aulas, o retorno tem sido incrível”, explica Sol. 

O curso é focado em interpretação para audiovisual e tem o intuito de mapear sensações através dos estudos de fisicalidade, respiração, conscientização dos sentidos, chakras, cromoterapia, entre outros estímulos. Para a atriz, o maior diálogo com o cotidiano do aluno faz parte do processo de aprendizagem. 

“No Brasil, as escolas que a gente estuda interpretação são muito eurocêntricas e, às vezes, elas não condizem com a gente. Eu penso interpretação através do corpo. A minha ideia é que o ator tenha ferramentas para fazer um bom trabalho sempre e de forma totalmente independente”, finaliza a artista.   

COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!